Sobre




Ashley Malia é baiana, jornalista e criadora de conteúdo. Nas redes sociais, fala sobre autoestima, beleza, literatura, viagem e outros assuntos com o seu público, composto majoritariamente por mulheres negras. Mesmo abrangendo esses temas, não se limita a eles, pois acredita que meninas negras são plurais e podem falar sobre diversos outros assuntos também. A sua forma de dialogar com essas mulheres é próxima e íntima, entendendo que as redes sociais já produzem muitas figuras plastificadas e a sua intenção é promover justamente o contrário: conversas reais, com pessoas reais. Mas é claro que a criadora também tem seus momentos aesthetic, pois ver a beleza na vida e nas pequenas coisas é sua forma de compartilhar um pouco da sua forma de enxergar o mundo, como boa pisciana e fã de literatura fantástica.

O trabalho da criadora com produção de conteúdo digital começou antes mesmo dela entender que poderia fazer disso um trabalho algum dia. Em 2010, Ashley criou o seu primeiro blog e, desde então, se apaixonou. No início, falava seus sentimentos e pensamentos de adolescente e depois disso foi criando outros blogs à medida em que amadurecia. Ela já teve blogs sobre cultura pop, literatura, música, ativismo… E hoje consegue unir tudo isso dentro da sua própria forma de criar.

Essa paixão pela escrita e pelo digital foi o que motivou a sua escolha pela graduação em Jornalismo, se formando em 2019 com um TCC sobre a Marcha do Empoderamento Crespo e identidades de mulheres negras. O momento foi um ponto de partida para o seu amadurecimento intelectual. Nessa época, Ashley já fidelizava um pequeno público nas redes sociais, que acompanhava seus textos sobre ativismo, identidade e descobertas. Essa afirmação de identidade chegou da mesma forma que chega para muitas meninas negras: através da transição capilar. E compartilhando tantas questões importantes, Ashley Malia foi se tornando a influenciadora que hoje é seguida por cerca de 74 mil pessoas no Instagram.

Vale destacar as experiências de Ashley enquanto repórter nos jornais Correio Nagô e A TARDE. O Correio Nagô, liderado pelo Instituto Mídia Étnica, trata-se de um importante veículo de comunicação baiano que produz jornalismo voltado para a população negra. Ela passou cerca de 2 anos trabalhando como repórter-estagiária e foi lá onde aprendeu grande parte do que sabe sobre questões de gênero, raça e classe no contexto brasileiro. Foi onde teve a oportunidade de conhecer grandes referências, como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro e Lázaro Ramos. Fez importantes conexões com criadores negros de outros países e profissionais negros de diversas áreas de atuação, como economia, direito e cultura. Já no Jornal A TARDE, importante veículo tradicional da Bahia, Ashley atuou como repórter já formada e, nesta experiência, produziu reportagens com fontes majoritariamente negras, pois entendia que a imagem do negro construída pela mídia reforça estereótipos racistas e elitistas. Com isso, ela quis mostrar pessoas negras a partir de outras perspectivas. Ela não queria mais ver apenas reportagens mostrando a violência na periferia ou pessoas negras em condições de subalternização e marginalidade. Por isso, foi a primeira jornalista a levar o grupo de rap Underismo para dentro de uma redação e produzir uma reportagem sobre o trabalho artístico de vários jovens negros e periféricos. Além disso, até mesmo em reportagens que – aparentemente – não tinham nada a ver com questões raciais, a jornalista preferia entrevistar profissionais negros e mostrar que existem pessoas negras em diversas áreas da sociedade e pautando inúmeros assuntos, como economia, literatura, cultura, direito… Sabendo que esses profissionais são invisibilizados socialmente, Ashley assumiu o compromisso de contribuir, não só para a visibilidade desses profissionais, mas também para a quebra de estereótipos direcionados à população negra no jornalismo. Outros jornalistas negros fizeram e fazem este trabalho de forma brilhante e a criadora resolveu usar a oportunidade e espaço lhe concedido na época para trazer um outro olhar sobre o povo negro em um dos jornais mais tradicionais na Bahia. 

Em paralelo, Ashley continuou produzindo conteúdo na internet e conhecendo cada vez mais meninas negras que se identificavam com a sua forma de se comunicar. Com isso, no ano de 2020, o seu trabalho voltado para a juventude negra foi reconhecido pela Câmara Municipal de Salvador, que lhe concedeu o Prêmio Maria Felipa. Foi um momento de grande emoção e materialização de um trabalho feito sem recursos, mas com muita credibilidade e confiança. O ano de 2020, inclusive, foi a virada de chave em seu trabalho de influenciadora digital, pois foi o ano em que fez a sua primeira publicidade e ano em que ela saltou de 6 mil para 30 mil seguidores.

De lá pra cá, Ashley Malia trabalhou com grandes marcas que confiaram no seu trabalho, como Zaxy, H2OH!, Coca-Cola, L'Oreal, La Roche Posay, Natura, O Boticário, Genera e outras. Com o crescimento de sua comunidade, a influenciadora também se sentiu mais confiante para mostrar mais de si mesma e das coisas que gostava. Foi então que introduziu os conteúdos literários, de beleza, lifestyle e viagens. A pluralidade mostrada em suas redes fidelizou ainda mais a sua comunidade, que passou a se sentir cada vez mais próxima, fazendo com que Ashley conquistasse muitas amizades a partir disto.

Hoje, suas redes sociais são o seu espaço seguro, onde a criadora compartilha dicas, resenhas, conselhos, desabafos e outros assuntos que movimentam muito a comunidade construída com muito esforço e fruto de um trabalho de credibilidade ao longo dos anos. E essa construção segue em curso, à medida em que amadurece e ganha novas experiências e outras forma de olhar o mundo.

Ashley Malia atualmente mora em São Paulo e faz parte da agência de influenciadores digitais Black Influence.

Para publicidades, entre em contato através do email ashley@blackinfluence.com.br
Para outros assuntos, contato@ashleymalia.com