RESENHA | Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid

 


 Se tem um livro que me surpreendeu do início ao fim, esse livro foi “Os sete maridos de Evelyn Hugo”. A obra da norte-americana Taylor Jenkins Reid conseguiu me tirar lágrimas e sorrisos, me fez amar e odiar Evelyn Hugo e, principalmente, me fez devorar as páginas do livro, ao mesmo tempo que eu lia bem devagar só para passar mais tempo na presença dessa personagem sensacional.

O livro conta a história da lendária Evelyn Hugo, estrela de Hollywood que se casou sete vezes e, prestes a completar 80 anos, decide contar sua história à Monique Grant, uma jovem jornalista. Com uma escrita sensacional, a autora usa a voz de Evelyn Hugo para nos contar a história dela, seus sete maridos, e o grande amor da vida da atriz: Celia St. James.

Ao longo da história, Evelyn vai nos contando sobre cada um dos seus sete maridos e como foi para ela manter a carreira segura enquanto estava perdidamente apaixonada por uma mulher em uma Hollywood extremamente LGBTfóbica e sem nenhuma representatividade ou espaço seguro.

Ler o amor de Evelyn e Celia me trouxe vários sentimentos. Foi a primeira vez que li um livro com protagonismo LGBT, bissexual e que relata o romance entre duas mulheres. Eu sou uma mulher bissexual e as infinitas vezes em que Evelyn Hugo se afirma sem titubear e com plena certeza de quem era me fez ter mais segurança com a minha própria sexualidade. Além disso, ela era uma mulher forte, capaz de qualquer coisa para salvar os próprios interesses e que surgiu totalmente do nada e mesmo assim conseguiu chegar ao topo.

Evelyn Hugo é uma das melhores personagens que conheci nos últimos tempos. É hipnotizante ler ela falando sobre a própria história. Imergi no livro de uma forma surreal, porque a narrativa me deixou totalmente dentro da história. Fiquei tão dentro do enredo que quando terminei o livro lembrei que Evelyn Hugo não existia na vida real e pensei “caramba, como assim?!”. 

E pra mim, o segredo da personagem ser tão bem construída é justamente a verossimilhança. Evelyn Hugo não é uma heroína, deusa ou daquelas protagonistas perfeitas-sem-defeito. Muito pelo contrário, ela é humana. Ela é irresistível, encantadora, profundamente magnética, hipnotizante, dominadora, segura, avassaladora, e ao mesmo tempo egoísta e manipuladora. Ela tem defeitos, porque ela foi construída de forma humana. E por isso eu entendo completamente a fascinação que os leitores de “Os sete maridos de Evelyn Hugo” têm por ela. A gente se identifica nas qualidades e nos defeitos. Nem todo autor consegue criar uma personagem tão complexa e verossímil. Taylor Jenkins Reid fez isso com maestria.

Essa complexidade está não somente na personagem, mas também em seus relacionamentos, seja com os sete maridos, com Celia, com a filha, com o pai... Todas essas relações são aprofundadas e cada personagem tem o seu papel e suas motivações. O romance dela com Celia foi crescendo na história e me emocionando ao longo das páginas. Foi lindo ver esse amor nascer e amadurecer. Me emocionei com todas as cenas das duas, seja delas se amando ou mesmo em momentos do cotidiano. Espero poder ler mais romances entre duas mulheres.

Quando terminei de ler, fiquei completamente sem reação. Chorei tanto nas últimas páginas que fiquei um bom tempo sem conseguir esboçar nenhuma palavra sobre o que eu havia lido. E depois disso, tive que vim correndo escrever uma resenha e aproveitar os sentimentos fervendo.

Foi um dos melhores livros que li esse ano. Que bom poder conhecer Evelyn Hugo e sua complexidade.


Título: Os sete maridos de Evelyn Hugo

Autora: Taylor Jenkins Reid

Editora: Paralela

Páginas: 360

Ano: 2019


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