RESENHA | Sombra e Ossos, de Leigh Bardugo (Trilogia Grisha)

 


Sombra e Ossos é um clássico da literatura young adult (YA) e resolvi ler depois de gostar muito da série da Netflix. Na história, Ravka (uma versão fictícia e fantástica da Rússia) vive dividida por uma sombra que abriga monstros sombrios (volcras), chamada de Dobra. Algumas pessoas também possuem poderes mágicos, ou como preferem dizer, são dominadores da Pequena Ciência, eles são os Grishas. A obra segue Alina Starkov, uma jovem órfã que trabalha no exército e passou boa parte da vida convivendo com o melhor amigo Maly, conhecido por ser um ótimo rastreador.

Quando o regimento de Alina e Maly faz uma viagem pelas terríveis sombras da Dobra, Maly é terrivelmente ferido pelos monstros e então Alina descobre que é mais poderosa do que imaginava. Com o poder de invocar a luz do sol – única coisa que é capaz de derrotar a escuridão e os monstros da Dobra – ela é enviada ao palácio para ser treinada com os Grishas, sob os cuidados do Darkling.

Eu, que sou super fã de literatura fantástica, amei me envolver no Universo Grisha. Quando comecei a ler foi difícil parar e só consegui mesmo quando finalizei o livro. Como assisti a série da Netflix primeiro, foi impossível não fazer a comparação, e nesse quesito eu achei a série com o desenvolvimento mais interessante, pois traz outros pontos de vista, presentes nas outras séries de livros do mesmo universo. Como a trilogia Grisha se passa apenas pelo ponto de vista de Alina, o leitor fica sem algumas informações e os acontecimentos, em alguns momentos, ficam lentos. Outra diferença que percebi é que a série traz uma produção e narrativa mais voltada para o público adulto, já o livro tem uma narrativa mais adolescente, que me lembrou séries como Harry Potter e Percy Jackson, inclusive a estrutura de treinamento semelhante à uma “escola”. O que é bem interessante também. 

Não gostei muito da protagonista, a Alina é bem chata e é daquelas personagens principais que acham que o mundo gira em torno dela (rs). Porém, preciso falar o quanto a autora acertou muito na construção do Darkling. Ele é um personagem sombrio, misterioso, que vai fazendo o leitor se apaixonar mesmo cismando com ele durante o livro inteiro. Já no primeiro livro vemos uma quase formação de triângulo amoroso, porém é um triângulo pouco desenvolvido, devido aos acontecimentos do final do livro.

Sombra e Ossos me deixou com muita vontade de ler os próximos livros da trilogia e também as outras séries do mesmo universo. É uma fantasia bem construída, com suspense, romance, fantasia e ficção na medida certa, o que não torna a leitura cansativa e nem pendente para nenhum dos lados. A escrita da autora também é muito boa, fluida, fácil de ler e com ótimas frases. Durante a leitura quotei várias falas, porque me fizeram refletir sobre diversos assuntos como amor, ambição, a vida, etc. 

Uma das coisas que mais achei incríveis na construção dos Grishas pela Leigh Bardugo foi sobre eles se declararem como dominadores da Pequena Ciência e não como “bruxos” ou “magos”. Uma das frases que mais amei no livro fala justamente sobre isso: 

“Quando as folhas mudam de cor, vocês chamam isso de mágica? E quando você corta a mão e ela se cura? E quando você coloca uma caçamba de água no fogo e ela ferve, isso é mágica também?” (pag. 15)

Pequena explicação sobre os poderes e classificações dos Grishas:

Na história, os Grishas são separados por classes, de acordo com os seus poderes, e estas são também hierarquizadas. As três principais classes de Grishas são: os Corporalki, os Etherealki e os Materialki. Nessa hierarquia, os Corporalki estão no topo e dentro dessa classe também há subclasses especiais.

De acordo com o site Jornada Geek, onde pesquisei um pouco mais sobre os poderes e classificações dos Grishas, fazem parte dos Corporalki os Sangradores, que têm o poder de danificar órgãos e células de uma pessoa, podendo acelerar sua pulsação ou acalmar, desacelerando. Além disso, os Sangradores podem tirar o ar dos seus pulmões e esmagar o coração de uma pessoa dentro do corpo. Já os Curandeiros são o oposto, eles podem costurar carne dilacerada, consertar ossos quebrados e curar problemas internos.

Os Etherealki são da ordem dos Invocadores, que podem manipular elementos do ar, fogo e água. Os Infernais podem manipular o fogo, os Aeros podem manipular o ar, e os Hidros, a água. Por fim, as Materialki são da ordem dos Fabricantes, considerada a classe mais baixa de Grishas, pois podem manipular materiais compostos, sejam naturais ou produzidos pelos seres humanos. Os Durastes podem manipular qualquer coisa sólida, como madeira, plantas, metal, vidro, pedra e outros. Os Alquimistas conseguem manipular produtos químicos, eles podem criar venenos e antídotos, explosivos, bombas e afins. 

E tem também os Grishas extremamente raros, como Alfaiates, que podem mudar de aparência. Os Cadáveres podem reanimar células mortas e até reanimar pessoas mortas. Os Etherealki, da ordem dos Invocadores, extremamente raros aparecem nesse primeiro livro, como o Invocador das Sombras e a Conjuradora do Sol, cujos nomes são autoexplicativos. 

Bom, vendo de fora parece tudo muito confuso e complexo, mas cada coisinha é explicada aos poucos, de modo que o leitor vai assimilando cada coisa. Eu obviamente recomendo muito a leitura para quem gosta de fantasia e literatura young adult. Já estou ansiosa para ler o próximo livro e para que mais uma temporada da série seja lançada!

Gostou da resenha? Me siga no Instagram e no TikTok para acompanhar mais conteúdos literários!

0 comments