Quando o regimento de Alina e Maly faz uma viagem pelas terríveis sombras da Dobra, Maly é terrivelmente ferido pelos monstros e então Alina descobre que é mais poderosa do que imaginava. Com o poder de invocar a luz do sol – única coisa que é capaz de derrotar a escuridão e os monstros da Dobra – ela é enviada ao palácio para ser treinada com os Grishas, sob os cuidados do Darkling.
Eu, que sou super fã de literatura fantástica, amei me envolver no Universo Grisha. Quando comecei a ler foi difícil parar e só consegui mesmo quando finalizei o livro. Como assisti a série da Netflix primeiro, foi impossível não fazer a comparação, e nesse quesito eu achei a série com o desenvolvimento mais interessante, pois traz outros pontos de vista, presentes nas outras séries de livros do mesmo universo. Como a trilogia Grisha se passa apenas pelo ponto de vista de Alina, o leitor fica sem algumas informações e os acontecimentos, em alguns momentos, ficam lentos. Outra diferença que percebi é que a série traz uma produção e narrativa mais voltada para o público adulto, já o livro tem uma narrativa mais adolescente, que me lembrou séries como Harry Potter e Percy Jackson, inclusive a estrutura de treinamento semelhante à uma “escola”. O que é bem interessante também.
Não gostei muito da protagonista, a Alina é bem chata e é daquelas personagens principais que acham que o mundo gira em torno dela (rs). Porém, preciso falar o quanto a autora acertou muito na construção do Darkling. Ele é um personagem sombrio, misterioso, que vai fazendo o leitor se apaixonar mesmo cismando com ele durante o livro inteiro. Já no primeiro livro vemos uma quase formação de triângulo amoroso, porém é um triângulo pouco desenvolvido, devido aos acontecimentos do final do livro.
Sombra e Ossos me deixou com muita vontade de ler os próximos livros da trilogia e também as outras séries do mesmo universo. É uma fantasia bem construída, com suspense, romance, fantasia e ficção na medida certa, o que não torna a leitura cansativa e nem pendente para nenhum dos lados. A escrita da autora também é muito boa, fluida, fácil de ler e com ótimas frases. Durante a leitura quotei várias falas, porque me fizeram refletir sobre diversos assuntos como amor, ambição, a vida, etc.
Uma das coisas que mais achei incríveis na construção dos Grishas pela Leigh Bardugo foi sobre eles se declararem como dominadores da Pequena Ciência e não como “bruxos” ou “magos”. Uma das frases que mais amei no livro fala justamente sobre isso:
“Quando as folhas mudam de cor, vocês chamam isso de mágica? E quando você corta a mão e ela se cura? E quando você coloca uma caçamba de água no fogo e ela ferve, isso é mágica também?” (pag. 15)
Pequena explicação sobre os poderes e classificações dos Grishas:
Na história, os Grishas são separados por classes, de acordo com os seus poderes, e estas são também hierarquizadas. As três principais classes de Grishas são: os Corporalki, os Etherealki e os Materialki. Nessa hierarquia, os Corporalki estão no topo e dentro dessa classe também há subclasses especiais.
De acordo com o site Jornada Geek, onde pesquisei um pouco mais sobre os poderes e classificações dos Grishas, fazem parte dos Corporalki os Sangradores, que têm o poder de danificar órgãos e células de uma pessoa, podendo acelerar sua pulsação ou acalmar, desacelerando. Além disso, os Sangradores podem tirar o ar dos seus pulmões e esmagar o coração de uma pessoa dentro do corpo. Já os Curandeiros são o oposto, eles podem costurar carne dilacerada, consertar ossos quebrados e curar problemas internos.
Os Etherealki são da ordem dos Invocadores, que podem manipular elementos do ar, fogo e água. Os Infernais podem manipular o fogo, os Aeros podem manipular o ar, e os Hidros, a água. Por fim, as Materialki são da ordem dos Fabricantes, considerada a classe mais baixa de Grishas, pois podem manipular materiais compostos, sejam naturais ou produzidos pelos seres humanos. Os Durastes podem manipular qualquer coisa sólida, como madeira, plantas, metal, vidro, pedra e outros. Os Alquimistas conseguem manipular produtos químicos, eles podem criar venenos e antídotos, explosivos, bombas e afins.
E tem também os Grishas extremamente raros, como Alfaiates, que podem mudar de aparência. Os Cadáveres podem reanimar células mortas e até reanimar pessoas mortas. Os Etherealki, da ordem dos Invocadores, extremamente raros aparecem nesse primeiro livro, como o Invocador das Sombras e a Conjuradora do Sol, cujos nomes são autoexplicativos.
Bom, vendo de fora parece tudo muito confuso e complexo, mas cada coisinha é explicada aos poucos, de modo que o leitor vai assimilando cada coisa. Eu obviamente recomendo muito a leitura para quem gosta de fantasia e literatura young adult. Já estou ansiosa para ler o próximo livro e para que mais uma temporada da série seja lançada!
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